domingo, 11 de setembro de 2011

La mort l'amour (Final)


Ele, imóvel de baixo dela que se mantém com o braço erguido e o punhal firme em sua mão, não resiste, não pensa em nada alem de suas lembranças, não esta mais no presente, ele a encara mas não vê seu rosto amargurado e sim seus milhões de sorrisos dados nas incontáveis manhas que viveram juntos, nos beijos que davam entre risadas, dos olhares trocados por desconhecidos, quando acordado por uma gota em sua face ele realmente olha para o presente e a vê com lagrimas nos olhos e tremula. Então com um sorriso involuntário ele se senta rapidamente e a puxa para perto de seu peito nu. Saca uma arma de baixo de seu travesseiro e a segura nas costas dela.

-gostaria que aqueles dias nunca tivessem terminado. Ele diz com o rosto apoiado na parte de cima da cabeça dela. Gostaria de continuar acordando com você, dormindo com você, dançando com você, vivendo com você...

Ela afunda o rosto em seu peito. E diz:

-mas não podíamos...

-cometemos um erro. Deixamos que nos separassem, deixamo-nos levar pelas leis e pela sociedade. Cometemos um erro ao não perceber que aquilo era o que estava realmente errado... E não nós.

-mas o que podíamos fazer? Nos somos separáveis...

Ele solta um suspiro.

-quando tudo ficou tão complicado James? Lembra-se de quando éramos crianças e vivíamos brigando? Você puxava meu cabelo na frente de nossos colegas... Mas quando estávamos sozinhos, era um príncipe. E aqui estamos nós, novamente tentando matar um ao outro, sem ao menos ter curado nossas cicatrizes recentes. Novamente estamos aqui, ambos sangrando e manchando nossas roupas, abraçados raivosamente, aguardando para ser separados...

-Angi... sabe porque eu vivo casando-me com estranhas que apenas se interessam por minha fortuna?

- gosta de escolher as mais bonitas para exibir a seus amigos.

-talvez, e sabe o porque de eu não conseguir permanecer com nenhuma delas?

-porque elas envelhecem ou ficam absoletas para você James.

-o que você pensa que eu sou Angelique? Ele diz tão alto que a faz estremecer. Você esta muito enganada a meu respeito.

Ainda presa por seus braços, ela levanta o rosto para ele com olhar de duvida.

-vivo casando-me com estranhas a procura de que alguma dessas belas damas preencha o vazio dentro de mim.

-hum...

-o vazio que você deixou... Angi.

Anestesiada com aquelas doces palavras, involuntariamente ela o puxa para próximo de si, mas para.

-...e novamente viveremos separados e com outras pessoas. Murmura.

-Lembra-se de quando tínhamos onze anos? No dia de são Valentim, eu lhe dei...

-minha primeira rosa. Ela enfia a mão no bolso do vestido e tira uma rosa branca conservada em um pequeno frasco de vidro, envolta em um liquido amarelo. "Nunca se separe dela" foi o que você disse quando me deu ela.

Ele examina a rosa espantado.

-nunca se separe dela... era o que eu dizia a mim mesmo sobre você. Nunca cumpri minha promessa não é mesmo?

-tudo bem... nunca acreditei em suas promessas.

Ele treme. A arma continua firme em suas mãos apontada para ela.

-eu deveria pelo menos cumprir uma na minha vida...

Ela ano responde.

-Angi, você quer ficar comigo para sempre? Quer que nos tornemos inseparáveis? Quer unir nosso sangue e para sempre permanecer com sua alma ao lado da minha?

Ela fecha os olhos.

-James...

E levemente seu dedo aperta o gatilho, o barulho ensurdecedor se espalha pelos quartos, desce as escadas e perde o volume ao se misturar com as outras sonoridades escandalosas da festa que continua.

Na cama residem os dois corpos envoltos em sangue, abraçados com um buraco em cada peito e os corações estilhaçados espalhados pelas paredes, misturados, indefinidos, jamais serão separados novamente.

Fim

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

La mort l'amour (2°parte)


"-Suma Angelique... O nosso mundo, não pode mais existir." Lembrava-se das palavras, segurando uma faca. "me prometa Angi, que quando não pudermos mais viver juntos, não mais viveremos?", uma lagrima escorre por seu rosto, "Vamos mate-me!". Ela se lembra do dia em que vieram separá-los:

"-eles chegaram Angi. Pegue suas malas.

-James, eu não quero...

-Acabou o verão Angelique, acabou nosso tempo.

Ela se agacha e chora

-James...

-Nós temos que cumprir nossa parte do acordo Angi, não podemos mais... Acabou."

Ela seca seus olhos e aperta a faca nas mãos. "acabou" ela pensa.

Subindo as escadas furiosamente, James carrega um papel em sua mão. "vivo para matar-te", vinha escrito no bilhete achado dentro de uma taça de vinho. Ele deixara todas as suas pretendentes para trás e andava a procura de sua assassina.

Abrindo todas as portas de quartos vazios, com o punhal firme em sua mão.

-Angelique! Apareça!

Até que finalmente, o estrondo da porta se abrindo bruscamente não a assusta. Parada em pé, olhando janela a fora. Em um rápido movimento joga a faca que passa perto de seu rosto cortando fios de cabelo. Ele se agacha e a recolhe. Sem ponta.

-Mesmo após tantos anos, ainda se contem antes de tentar me matar.

Ela avança para cima dele com dois punhais, atacando e desviando, assim como ele. Em uma dança sanguinária, os dois viciados em sua vontade de matar um ao outro. Entre passos e giros, ela cai. Mas continua a encará-lo com olhos firmes, não teria tempo de se levantar. Ele se ajoelha e aproxima o rosto do dela.

-até quando pretendemos continuar com isso?

Então ele sente, escorrer por sua perna um liquido quente e sua carne rasgar.

-só até eu te matar James.

Ela avança, eles brigam, e brigam, e brigam repetidamente.

-Você nunca se casou... porque?

-calado!

-nunca se sentiu atraída por ninguém?

-calado eu disse!

-ou nunca pode se esquecer de nós dois? Ele provoca.

"nós dois" ela lembra. Dias que viveram juntos, morando juntos mesmo que apenas por um verão, apenas eles dois, sem planos para o futuro, sem pensar de onde vieram ou para onde iriam. Apenas juntos em uma pequena casa no meio do campo. Longe de todos e de tudo, longe dos olhares e das ordens. Longe da sociedade, longe de seus nomes, de seus afazeres, longe de quem eram para o mundo. Apenas eles dois sendo quem eram para si e para o outro. Onde não eram ninguém, apenas eles.

Ela sorri, ele se distrai e é acertado abaixo do peito, se afasta cambaleando e cai sangrando no chão.

-JAMES!

Ela grita num lapso.

"James" ele escuta a voz de uma garotinha chamando. "James vamos para o jardim?" E por um momento ele viaja no tempo, de volta a memórias antigas, onde uma garotinha chama seu nome graciosamente, onde ele cresce ao lado de uma bela menina. "James" ecoa ela chamando em sua mente, "James", ele se lembra repentinamente de como fora feliz. "James" ele lembra de vê-la chorando. "James".

-JAMES! Ele a escuta gritar do outro lado do quarto

Levanta-se com a mão no rosto. Pensativo, começa a sorrir. "ela não mudou" ele pensa.Então deixa que o punhal caia no chão, abre os braços, como se esperasse sua vinda. Furiosa, confusa, ela corre em sua direção, segurando sua arma, corre para ele, corre para matá-lo, mas ele não vê seu ódio, vê apenas aquela moça singela que corria para abraçá-lo quando chegava em casa.


Continua...

terça-feira, 6 de setembro de 2011

La mort l'amour (1° parte)


Em um lado de uma festa, se dirigem todos os olhares das moças solteiras. James Brown acaba de se divorciar pela quinta vez, e como sempre esta a procura de uma nova ovelha. Charmoso, o jovem mestre da mansão encanta a todas com seu sorriso. Nada mais chama atenção alem dele e de suas belas fãs.

Do lado oposto do salão, começa a florescer um amontoado de homens e risadas, todos em circulo rodeando algo... Ou alguém. James olha para lá, um tanto curioso, driblando todos os olhares e todos os que entram em sua frente ele consegue enxergar o botão desta flor humana.

Graciosa, charmosa, diferente de todas as outras damas, essa tem um sorriso tão chamativo quanto do chefe da casa. Rodeada de homens, uma antiga conhecida de James, Angelique, encanta a todos que a escutam.

Assim como James, Angelique é solteira, embora não tenha se casado nenhuma vez. Ele continua a olhá-la, até que ela o nota e revida o olhar com certo desprezo. Ele irritado se dirige até onde ela se encontra, deixando seu rebanho para trás, ao chegar a ela todos os outros se sentem injustiçados e se afastam murmurando "quem tem chance contra James?".

Ela o olha indiferente, até que com um sorriso irônico ele a tira para dançar. Eles entram na pista de mãos dadas, quando chegam ao centro se separam e ambos fazem uma reverencia. Os violinos dão a primeira nota e a dança começa. Passo a passo, fortes e serenos, sendo levados pelo salão, sem perder de vista o olhar um do outro, irritada ela dança ferozmente distraindo a atenção de seu par, que apenas percebe quando sente algo pontiagudo e afiado cutucando suas costas.Ele já ciente de seus truques, coloca rapidamente uma adaga virada para ela também. Ambos discretos, não deixam que ninguém no salão perceba o que acontece entre si.

É a hora do giro, ela vai, volta se enrolando sem seus braços e se inclina para traz, quando sente o metal cortando sua pele. Novamente de pé, a dança continua. Próximo passo, ela se afasta segurando apenas pela mão que a puxa novamente para perto. Dessa vez ele é quem sente sua carne arder.

A musica acaba, eles se afastam, se cumprimentam e vão para lados opostos.

Continua...